Riso De Prata

                                                                                                    Laerte Antonio

                                                   

 

Quando a neve cobrir esses caminhos,

iremos pelas trilhas da floresta.

Os nossos corações, senão em festa,

já lidarão melhor com seus espinhos...

 

Iremos de mão dada como os pinhos

que se enlaçam nas frondes entre a giesta...

Nossa força há de ser o dom que empresta

o bem de sermos nós nossos caminhos...

 

O teu riso de prata há de fazer cantar

os riachos ( outra vez ) em seus gestos de cera...

Não só cantar: teu riso faz sonhar...

 

E havemos de rumar, em nossas fiéis andanças,

para onde tomam sol as nossas esperanças —

lá onde, em alma, é sempre primavera.