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PROCURA
Laerte Antonio
Procuro por uma alma, não uma gêmea da minha — mas em tudo tão diferente, que por tanta diferença tanto assim nos queiramos.
Procuro por uma alma que me ensine a fazer amor com a luz. A ver, por dentro, o sonho das pedras, a sonhar, por fora, os desejos do meu coração.
Procuro por uma alma que seja o riso do meu pranto, as delícias da minha dor. Luz e sal do meu viver, rosa azul da minha espera.
Quem souber de uma alma assim, com tais divinas diabruras, que não seja bobo não: convide-a depressa a entrar e feche, com muito jeito, as portas do coração.
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