QUANDO QUISERES, VEM...

                            Laerte Antonio

 

  Quando quiseres, vem, que te recebo

  de corpo, alma e pensamento: ponho

  rosas no meu portal, e a flor placebo...

  E te recebo à porta do meu sonho.

 

  Quando quiseres, vem, que te componho

  um soneto que há muito não concebo —

  novo, bem novo como o olhar pidonho

  da criança ante o sonho de um brinquedo...

 

  Quando quiseres, vem, que já te espero

  ( para ser franco, para ser sincero )

  bem antes de Cabral ter cá estado...

 

  Como? Pelo futuro do pretérito...

  Te espero, independente de ânsia ou mérito,

   senão à porta do meu sonho, ao lado.